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Ponte Vasco da Gama
Reparação e protecção dos pilares do viaduto Sul
Inseridos num meio ambiente muito agressivo e corrosivo, os troços de maré dos pilares dos alinhamentos SVP1 a SVP14 do Viaduto Sul da Ponte Vasco da Gama foram objeto de proteção com compósitos plásticos de aplicação subaquática.
A proteção foi executada por encamisamento com placas em compósito de fibra de vidro, e posterior injeção do espaço entre a camisa e o pilar com uma argamassa epoxídica de elevada aderência em condições húmidas, sistema comercialmente denominado de A-P-E™.
A principal condicionante à execução da empreitada consistiu na dificuldade de acesso às frentes de trabalho. Quer o acesso de pessoal, quer o acesso de materiais e equipamentos, foi feito por via fluvial por embarcações e plataformas, sujeitas às condições de navegabilidade do rio Tejo, vento, ondulação e maré (ver foto 2).
De forma a instalar o sistema A-P-E™ foram constituídas duas equipas de trabalho. Uma equipa preparou em terra as 42 camisas a instalar a outra equipa instalou o sistema nos pilares.
Todas as superfícies de betão a envolver pelas camisas de fibra de vidro foram previamente preparadas através de projeção de água doce a elevada pressão, de forma a remover todos os organismos marinhos assim como todo o material solto da camada superficial.
O sistema de proteção superficial do betão A-P-E™ é composto por uma camisa translúcida de poliéster reforçado com fibra de vidro, aplicada a 12mm da superfície de betão, sendo esse espaço posteriormente preenchido por injeção de argamassa de resina de epóxido e agregados finos siliciosos. A instalação deste sistema nos pilares do viaduto sul da Ponte Vasco da Gama teve o acompanhamento de um técnico da firma Norte Americana Madcon, Bruce Trader, com larga experiência na aplicação do sistema.
O encamisamento de cada pilar (com perímetro de cerca de 6,5m) foi constituído por três troços ligados por empalme, conforme especificação do fabricante, por colagem com resina de epóxido e rebitagem com rebites de aço inoxidável.
Após transporte para cada pilar, as camisas de fibra de vidro foram seladas e cintadas de modo a permanecerem indeformadas durante a injeção (foto 3). A selagem inferior foi realizada pela aplicação de argamassa epoxídica de selagem stapox AS, por ser possível com a maré baixa aceder a seco a essa zona.
Finalmente procedeu-se à injeção de argamassa A-P-E™ Pile Grout preenchendo-se o espaço “cofrado” pela camisa de FGRP (fotos 4 e 5). A injeção do grout de epóxido foi efetuada recorrendo a uma bomba de injeção bi-componente de débito contínuo.
Este sistema de encamisamento, utilizado pela primeira vez em Portugal nesta obra, permite a resolução de problemas complicados na fronteira da água ou em zona subaquáticas, como sejam as reações expansivas álcali-agregados ou resultantes do ataque de sulfatos, ou simplesmente tratar a superfície degradada de estruturas sub aquáticas (barragens, pontes cais).