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Silo da Sociedade Açoreana de Sabões - Açores - Obra 817


Reabilitação de estrutura de betão armado do silo de matérias primas


Intervenção 

A reabilitação de estruturas de betão armado com vista à durabilidade levanta à partida uma série de dúvidas quanto ao desempenho das soluções adotadas. No caso particular do “patch work” é, sem dúvida, necessário ter em conta o efeito da intervenção nas zonas não reparadas   nas zonas de fronteira. No caso da reabilitação estrutural do silo nos Açores, foi adotada uma estratégia múltipla para minimizar os efeitos negativos da reparação localizada com vista à maior durabilidade. A obra foi precedida de um diagnóstico exaustivo e foi instalado um sistema de monitorização da corrosão, de forma a verificar ao longo do tempo a eficácia da solução. 

O silo, com uma estrutura em betão armado concluída em 1980 pelo método da cofragem deslizante, é constituído por uma torre de equipamento com 62 metros de altura e por uma bateria de 12 células cilíndricas, com diâmetro de 6,5 metros e altura de 50 metros. A estrutura, originalmente de betão à vista com uma superfície total exterior exposta de 6.000 m2, situa-se a cerca de 50 metros do mar, sujeita a uma exposição constante à névoa salina de um clima húmido e por vezes quente com ventos fortes. Do estudo efetuado foi possível estabelecer o modelo de deterioração do silo. A degradação por corrosão das armaduras deveu-se à ação conjunta da despassivação por carbonatação e teor elevado de cloretos no betão de recobrimento exterior. Na face interior das células o teor de cloretos é baixo e a humidade é baixa, pelo que o risco de corrosão é muito menor. 

A intervenção de reabilitação desenvolveu-se essencialmente durante o ano de 1999 e consistiu nos seguintes trabalhos: reparação das zonas corroídas da estrutura (30% da área total) através da substituição de uma espessura média de 8 centímetros do betão exterior por microbetão estrutural aplicado por projeção; aplicação generalizada de inibidores de corrosão migratórios e pintura total da estrutura com tinta acrílica resistente à penetração de cloretos e à difusão do dióxido de carbono. Os resultados da estratégia múltipla com vista à durabilidade adotada na intervenção no silo estão a ser monitorados após a reabilitação aqui descrita. 


O sistema de monitorização da corrosão é composto por sensores embebidos no betão, em zonas de betão reparado e em zonas de betão não substituído, com aquisição automática de dados. Os dados recolhidos pelo sistema permitem concluir o seguinte:

  • Os valores de resistência elétrica medidos no betão de reparação são elevados, dificultando assim os fenómenos da progressão da corrosão e dos agentes agressivos;
  • Os valores das correntes galvânicas monitorados nas zonas com substituição de betão são muito baixos, indicando a inexistência de corrosão (repassivação das armaduras);
  • Nas zonas em que não houve a substituição de betão os valores das correntes galvânicas monitorados baixaram, o que pode ser indicativo de uma redução da velocidade de corrosão (efeito da pintura e dos inibidores de corrosão).
  • Detalhe da Obra

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  • Detalhe da Obra

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